segunda-feira, 18 de maio de 2009

Química pode ser aplicada ao cotidiano

Claudia Vasconcelos Do Jornal do Commercio

A série sobre o Enem, iniciada nesse domingo (17), mostra hoje a prática da disciplina em questões da vida comum. Confira amanhã como estudar biologia.

Marina Carvalho e Mariana Medeiros sabem como água e sal pode revelar se a gasolina do posto onde os pais delas abastecem o carro está adulterada. As duas têm 16 anos e mostraram a experiência aos colegas do 2º ano do ensino médio durante a aula de química. Vivências como essa ajudam a entender a proposta do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a nova porta de entrada para a universidade pública. Na segunda reportagem da série sobre as disciplinas que aparecem na prova, saiba por que compreender os fenômenos químicos faz a diferença na avaliação. Amanhã, o tema é biologia.

Misturando 10 mililitros de gasolina com água salina, as alunas descobriram que 3 mililitros do combustível era etanol. É que o cloreto de sódio, mais conhecido como o bom e velho sal de cozinha, “puxa” o álcool para a água, separando-o da gasolina. Realizando uma simples operação matemática, chegaram ao percentual de 30% de álcool, o que está acima dos 25% permitidos pela legislação brasileira. “Esta amostra está adulterada”, concluíram as estudantes.

O experimento interdisciplinar – que usou conhecimentos químicos e matemáticos – nada mais é do que uma aula sobre soluções. E uma aula mais interessante, diga-se de passagem. “Dessa maneira, os alunos chegam ao 3º ano sabendo que a química tem uma função. Assim, respondemos à grande dúvida deles: para quê serve a química”, conta o professor Gustavo Holanda, que ensina a matéria no Colégio Motivo, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Marina e Mariana vão prestar vestibular para direito, mas nem por isso são menos curiosas sobre a química. “Aprender na prática é muito melhor, chama a atenção e agente se identifica com o assunto. Ficar só na teoria é muito chato”, comenta Marina. “E agora isso vai nos ajudar muito no Enem”, conclui Mariana.

Vestibulandos também precisam ficar ligados em novas tecnologias. Segundo o professor, novidades em alimentos, saúde e meio ambiente envolvem química. “Remédio é química. Todo mundo usa celular ou notebook, cujas baterias contém lítio e funcionam por meio de reação química. A reação das enzimas com os alimentos são bioquímica”, enumera. Outro tema em evidência é o de biocombustíveis. Gustavo Holanda crê que o aluno que lê naturalmente e assiste a bons programas não deve ter dificuldade em identificar fenômenos como esses no Enem.

Depois de fazer intercâmbio em uma escola dos Estados Unidos, o vestibulando Matheus Rocha Araújo, 18, sente-se preparado para encarar o Enem. Lá, realizava experiências em quase todas as aulas de ciências, o que tornou o aprendizado mais divertido. “Sou curioso e sempre gostei de saber como e por que as coisas acontecem. Espero o melhor desse vestibular”, confia. Mas o fera de medicina não dispensa o mergulho nos livros didáticos, pois acredita que eles dão base mais sólida.

A relação de química com física e biologia estará cada vez mais explícita no exame nacional. As três disciplinas fazem parte de uma mesma área de conhecimento delimitada pelo Enem. Compõem a área de ciências da natureza e suas tecnologias, que corresponde a um quarto das questões da prova objetiva. O teste promete explorar temas como desenvolvimento científico, conservação do ambiente, biotecnologia e uso da ciência para solucionar problemas sociais e econômicos.

Das 10h às 12h desta segunda-feira o Conselho Estadual de Educação promove seminário sobre os impactos do Enem nos sistemas de ensino.

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